Corregedoria do Ministério da Fazenda divulga resultado de pesquisa sobre assédio sexual
Corregedoria do Ministério da Fazenda divulga resultado de pesquisa sobre assédio sexual

Corregedoria do Ministério da Fazenda divulga resultado de pesquisa sobre assédio sexual

Durante o lançamento da campanha de Enfrentamento ao Assédio e à Violência de Natureza Sexual no Trabalho, realizada na última sexta-feira (15), a Corregedoria do Ministério da Fazenda compartilhou os dados de uma pesquisa inédita sobre assédio sexual no âmbito do Ministério da Fazenda. Com o objetivo de embasar políticas de prevenção e enfrentamento a condutas indesejadas e assédio sexual no ambiente de trabalho, o estudo foi conduzido por um grupo de trabalho que contou com a participação da Ouvidoria do Ministério da Fazenda e teve como base o questionário da Organização Internacional do Trabalho (OIT). 

A pesquisa, realizada em outubro por meio de formulário eletrônico anônimo, contou com a participação voluntária de 198 pessoas, abrangendo servidores públicos, terceirizados, ocupantes de cargos em comissão, empregados públicos e cedidos que atuam no Ministério da Fazenda. Do total, 56% se identificaram como gênero feminino, 42,5% como gênero masculino e 1,5% optaram por não responder. 

Os resultados revelaram que 15% dos participantes (30 pessoas) afirmaram ter sido alvo de alguma conduta indesejada ou assédio sexual no ambiente de trabalho, como toques e comentários indesejados, mensagens de natureza sexual, envio de vídeos ou fotos e pedidos de favores sexuais. A pesquisa apontou que as mulheres são mais frequentemente assediadas, com 25 casos relatados, enquanto 5 envolviam homens. 

Do total de participantes que afirmaram ter enfrentado condutas indesejadas ou assédio sexual, apenas 10% (3) relataram ter denunciado, sendo os casos reportados exclusivamente à chefia imediata, sem recorrer aos canais institucionais disponíveis. 

Ao questionar sobre os motivos para a não denúncia, 81% dos respondentes mencionaram o medo de retaliação, 78% indicaram falta de confiança nos canais/órgãos de apuração, 63% apontaram falta de clareza nos procedimentos para denúncia, 59% consideraram que denunciar seria uma perda de tempo, e 56% manifestaram preocupação com a divulgação no ambiente de trabalho. 

O espaço para comentários aberto no questionário trouxe insights valiosos, incluindo relatos de pessoas que nunca foram alvo de condutas desse tipo, experiências de vítimas, depoimentos de terceiros que, mesmo não sendo alvo, presenciaram comportamentos inadequados, além de elogios à iniciativa e reconhecimento da importância do tema. 

A pesquisa será essencial para orientar os procedimentos de denúncia, apuração e responsabilização, reconhecendo a natureza correcional diferenciada desses casos.  

Fonte: Ministério da Justiça